Inteligência é um termo escorregadio. Não é universal nem singular, embora existam testes de QI. Essas medições consideram apenas certos aspectos da inteligência, como raciocínio lógico ou memória, mas deixam de fora qualidades como empatia, uma característica relacionada à inteligência emocional, curiosidade ou adaptabilidade.
No entanto, de acordo com a Psicologia, todas essas habilidades influenciam a inteligência e são perceptíveis, por exemplo, na maneira como falamos. Se você usa essas frases com frequência, parabéns! Você é mais inteligente do que pensava.
Em inglês, existe uma expressão idiomática usada como um convite para aprofundar um tópico e examiná-lo mais detalhadamente: "Let's unpack that" (Vamos analisar isso). Uma pessoa inteligente utiliza o pensamento analítico, que envolve raciocínio e reflexão sobre um determinado problema, seja ele uma situação de trabalho ou um conflito.
De acordo com um estudo publicado no Journal of Intelligence, ter um QI elevado não é um pré-requisito para resolver problemas do dia a dia, mas a curiosidade inata de uma pessoa inteligente a torna mais predisposta a analisar e tentar compreender não apenas os problemas que surgem, mas também as diferentes perspectivas existentes.
A Harvard Business School chegou a uma conclusão surpreendente sobre a percepção da inteligência: se você quer parecer mais inteligente, peça conselhos. Tendemos a pensar que pedir conselhos não nos faz parecer tolos, mas o oposto é verdadeiro, de acordo com uma série de estudos de Harvard: percebemos as pessoas que nos pedem conselhos como muito mais competentes.
Desistir de tentar estar certo, reconhecer onde você está errado e admitir que não sabe algo é um sinal do que é conhecido como "humildade intelectual", uma característica inconfundível da inteligência.
Não podemos deixar a inteligência emocional de fora disso. Além disso, esta pesquisa sugere que pessoas com QI elevado tendem a buscar relacionamentos dos quais possam aprender e estabelecer conexões saudáveis.
Elas podem ter um círculo de amigos menor, porém muito profundo, e algo mais acontece: preferem passar tempo sozinhas e usar esses momentos para reflexão e autoavaliação, algo essencial para conseguir interagir com os outros posteriormente. Segundo a psicóloga Iria Reguera, passar tempo sozinho é fundamental para o nosso bem-estar intelectual e emocional, e nos permite aprender a nos relacionar melhor com os outros.
Assim como identificam suas próprias emoções, a empatia de uma pessoa com inteligência emocional permite que ela não apenas se coloque no lugar do outro, mas também compreenda como ele se sente, mesmo que discorde. Como explicou a psicóloga Ana María Sepe no Psicoadvisor, a escuta empática envolve ouvir a outra pessoa sem preconceitos, aceitá-la e valorizar seus sentimentos. O mesmo se aplica às suas emoções.
Pessoas altamente inteligentes não apenas desejam ser compreendidas, como também buscam compreender aqueles ao seu redor. Ouvir os outros enquanto falam nos permite aprender e descobrir diferentes perspectivas, e é por isso que pessoas inteligentes se esforçam para compreender os outros. Quando dedicamos tempo a ouvir e compreender uns aos outros, enriquecemos nossas conversas, fortalecemos nossos laços e nos tornamos pessoas melhores.
A gratidão está diretamente ligada à felicidade e à inteligência emocional. Aliás, saber agradecer significa reconhecer e aceitar que precisamos uns dos outros, como seres sociais. Pessoas inteligentes tendem a expressar gratidão e admiração com mais frequência porque respeitam o conhecimento, os conselhos e as perspectivas dos outros, mesmo que não concordem com eles.
Você não se torna mais inteligente por resolver um problema mais rapidamente. Às vezes, precisamos de tempo para pensar e analisar a situação, e refletir sobre a melhor solução. Por terem processos de pensamento complexos, as pessoas mais inteligentes dedicam tempo para encontrar seu próprio caminho sem se deixarem influenciar por normas sociais específicas ou pelas expectativas alheias.
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